A meningite é uma doença infecciosa que afeta as meninges, membranas que envolvem o cérebro. A maioria dos casos de meningite ocorrem devido a infecção por vírus e uma menor parte ocorre devido a infecção por bactérias, fungos, protozoários e helmintos.

Em geral a transmissão é de pessoa para pessoa por meio de gotículas e secreções nasais. Dentre as causas identificáveis, a meningite bacteriana é a principal causa de surdez adquirida em adultos e crianças. Como característica a perda auditiva na meningite é sensorioneural, profunda, bilateral e descendente.

Até 10 % dos indivíduos que apresentam meningite bacteriana irão apresentar algum grau de perda de audição. A meningite pneumocócica está relacionada a um pior prognóstico auditivo e chega a causar em até 30% dos casos danos à audição.

As opções de reabilitação para os pacientes com perda auditiva pós meningite são o aparelho de amplificação sonora individual (AASI) ou o Implante Coclear (IC). O sucesso da reabilitação depende muito da rapidez com a qual os pacientes são encaminhados para o especialista para uma avaliação auditiva logo após o quadro de meningite e o acompanhamento regular com o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo se torna extremamente importante em ambos os casos, onde o foco é a melhora audiológica do paciente.

De maneira geral, devido ao grau de perda auditiva e à baixa discriminação de sons, os pacientes não apresentam boas respostas ao AASI, sendo o Implante Coclear a melhor opção na reabilitação auditiva.

Em 80% dos casos de meningite bacteriana, devido ao processo inflamatório, ocorre um remodelamento ósseo ao redor da janela redonda (estrutura onde o feixe de eletrodos do IC é inserida) que pode impedir ou dificultar a inserção dos eletrodos do IC. Essa ossificação favorece um pior resultado audiológico do Implante Coclear quando comparado à sua utilização em perdas auditivas por outras etiologias.

Mesmo assim, via de regra, o Implante Coclear é a forma mais eficaz de reabilitar a audição devido a perda auditiva pós meningite. Sendo capaz de melhorar a qualidade de vida do individuo e promover a inserção na sociedade

Co-autoria: Dr. Eduardo Barbosa (CRM: 8175 | RQE: 3894), Diretor Médico do NOOBA e Coordenador da Residência do Hospital Santo Antônio e Dr. Ricardo Bessa (CRM-BA: 33244), Residente do 3º ano em otorrinolaringologia no Hospital Santo Antônio